
Aos 78 anos, dona Maria começou a tomar suplementos de ferro por conta própria, achando que ajudaria na fraquesa. Três meses depois, foi hospitalizada com dores abdominais e sobrecarga no fígado. Histórias como essas são mais comuns do que imaginamos: 30% dos idosos brasileiros consomem suplementos sem orientação médica, segundo o instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Enquanto alguns nutrientes são essenciais para a saúde na terceira idade, outros podem ser perigosos, interagindo com medicamentos ou agravando condições crônicas.
Neste guia, você descobrirá 5 suplementos que idosos devem evitar, com base em pesquisas científicas, alertas de geriatras e casos reais. Além disso, compartilhamos alternativas seguras e dicas práticas para uma suplementação consciente.
Porque Idosos Precisam de Cuidado Extra com Suplementos?
O envelhecimento alerta a forma como o corpo processa nutrientes e medicamentos. O fígado e os rins, responsáveis por metabolizar substâncias, perdem eficiência. Além disso, muitos idosos já usam remédios para pressão, diabetes ou coração, aumentando o risco de interações perigosas.
Factores de Riscos Comuns
- Metabolismo mais lento.
- Doenças crônicas (ex.: insuficiência renal, osteoporose).
- Uso de múltiplos medicamentos (polifarmácia).
- Deficiências nutricionais mal diagnosticadas.
Dados alarmantes: Um estudos da Universidade de São Paulo (USP) revelou que 22% das internações de idosos estão relacionadas a efeitos adversos de suplementos ou medicamentos.
5 Suplementos Perigosos Para Idosos
1. Ferro
Por que evitar?
A menos que haja diagnóstico de anemia ferropriva, suplementos de ferro podem causar sobrecarga hepática e aumentar o risco de infecções. Idosos têm menor capacidade de executar o excesso desse mineral.
Riscos Comprovados
- Acúmulo no fígado (hemocromatose).
- Constipação grave (comum em quem já toma opoiodes para dor).
- Interação com antiácidos e antibióticos.
Alternativa Segura
Consumir fontes naturais como carne magra, feijão e folhas verde-escuro, sempre com vitamina C (ex.: suco de laranja) para melhorar absorção.
2. Vitamina A
Por que evitar?
Altas doses de vitamina A (acima de 3.00 mcg/dia) são tóxicas para idosos, podendo causar tonturas, fraturas ósseas e até danos ao fígado. Muitos multivitamínicos para “energia” contêm doses excessivas.
Estudo Científico
Pesquisa publicada no Journal of the American Medical Association (JAMA) associou suplementação prolongada de vitamina A a aumento de 40% no risco de osteoporose em mulheres acima de 60 anos.
Alternativa Segura
Batacaroteno (precursor da vitamina A encontrado em cenoura e abôbora), que o corpo converte conforme a necessidade.
3. Cálcio em Excesso
Por que evitar?
Apesar de essencial para ossos, o cálcio em suplementos (especialmente sem vitamina D) pode se acumular nas artérias, elevando o risco de infarto e pedras nos rins.
Alerta de Especialista
Dra. Luísa Fernandes, geriatra: “Muitos idosos tomam cálcio sem monitorar os níveis no sangue. O excesso é tão perigoso quanto a falta”.
Dose Segura
Não ultrapassar 1.200 mg/dia, incluindo alimentação (leite, queijos e sardinha).
4. Ginkgo Biloba
Por que evitar?
Poupar para “melhorar a memória”, esse fitoterápico interfere em anticoagulantes (como verfarina), aumentando o risco de sangramentos e AVC hemorrágico.
Casos Reportados
Um relatório da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) destacou 15 internações de idosos em 2023 por hemorragias associadas ao ginkgo.
Alternativa Segura
Exercícios cognitivos (ex.: palavras cruzadas) e dieta rica em ômega-3 (salmão, nozes).
5. Melatonina em Dose Alta
Por que evitar?
Usada para insônia, a melatonina pode causar sonolência diurna, piorar a depressão e reduzir a eficácia de medicamentos para hipertensão.
Pesquisa Relevante
Uma revisão da Clínica Mayo mostrou que 35% dos idosos que usam melatonina acima de 5 mg/dia relatam quedas devido a tontura.
Alternativa Segura
Higiene do sono: ambiente escuro, evitar telas antes de dormir e chás calmantes (camomila, erva-doce).
Suplemetos podem ser aliados, mas na terceira idade, a regra é menos é mais. Priorize uma alimentação colorida, exercícios físicos adaptados e check-ups regullares. Lembre-se: o que funciona para vizinho pode ser perigoso para você. Insvista em orientação personalizada e viva com mais saúde e autonomia!